com passos leves que ressoam
na calçada do Largo.
Às primeiras badaladas dos sinos,
pássaros predadores do sossego,
estremecem em uníssono,
numa urgência aflita
em partir rumo aquele espaço de tempo
cuja fuga pactua com um interminável silêncio.
Para trás,
ficam ecos de nuvens espessas
que implodem estrondosamente à nossa volta.
Sepulturas de um mar de espectros
que resvalam nas masmorras de poemas inquietos
asfixiados em arcos incomensuráveis
cheios de gritos, ódios e raiva.
Estamos longe de horizontes asfixiados,
O caminho abre-se em frente
perdendo todas as sombras e as visões trágicas,
deixando para trás metamorfoses abstractas,
e poesias que se equilibravam sobre lâminas
empunhadas por carrascos de mãos decepadas,
dessas,
que estrangulam inocentes,
sem razão e a troco de nada,
revolvendo tempestades espezinhadas
em abismos profundos,
lançando a cólera
contra a bênção dos justos,
falésias onde repousa um sol tranquilo,
feito de crepúsculos azuis,
gotas do mar douradas
e doces contemplações abrigadas,
onde a fantasia junta em poemas
palavras suspensas e bocas vazias
dessas onde correm ilusões
que servem poemas com alma e sem intenções
com pedras que arrancam corações,
a silhuetas imaginadas
longe da realidade das minhas mãos
e de florestas prósperas feitas de amor e calma,
instruindo-me no sublime da transcendência cósmica,
desprendendo-se na germinação encantada,
à semelhança de outros sonhadores
que fazem das tramas
histórias com música e sabores
nostalgias que cuidam dos olhos,
particularmente,
aos amantes da poesia.
CRV©Abr2011
Sem comentários:
Enviar um comentário