Não me lembro se foste uma sombra
perdida no nevoeiro ou no tempo
recordo apenas as linhas que desenhei do teu corpo
traços fortes, corridos, de cores vivas
poesia vibrante que irrompeu
por entre o cheiro cristalino
do ar frio de Outono
Trocamos breves palavras,
escondidas numa poesia de prodígios
agitada pelo alarido do desconhecido
correndo veloz por entre os espaços vazios
de um campo minado
em comunhão de sentidos
eclodindo precipitadamente
em doces detonações
Reparei que tamborilavamos os olhos
por uma profusão de rios e afluentes
inscritos na pele,
caminhos que se insinuavam,
[por onde desfilava um séquito real
acompanhado de trombetas, chamarelas, menestréis e tambores]
sobre arcos fustigados
pelo tremor evanescente das estrelas
onde se desenhava uma paz clara
numa noite onde os rios transbordaram
e a lua pactuou com todas as asas para bateram devagar
traçando todos os preâmbulos
que revestem
os frémitos sagrados da beleza.
CRV©2012
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