com as mãos
dás forma a todas as apologias que se erguem do fogo
Na boca um pavio que ilumina os sentidos
Nos olhos o dinamite que corrompe
a voragem, o abismo,
o remoinho subvertido,
os trechos de imagens que se escondem
por detrás de uma subtil refracção silenciosa
Na fronte, a volúpia de um rastilho
sátira do tempo incandescente
enroscada numa mente sublime
artifício cúmplice onde germinam
mil desejos cénicos ardentes.
Passo as mãos por esse inferno
És tronco a arder, pavio dilacerado,
nostalgia que geme em surdina
corpo enlouquecido
caminho perdido,
urze calcinada,
metáfora penada
vortex que ruge
erguendo-se em desafio no derradeiro momento em que se debatem
todas as mechas de fogo perdido
as chamas, os recortes de luz, as cinzas caídas,
a voragem desse sol incandescente
que se acerca
inadvertidamente,
com esse ar libertador
movendo-se sob um arsenal explosivo
enxertado
na taça de todos os abandonos.
na taça de todos os abandonos.
CRV©2013
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