do arco do tempo, da causa, da razão sem medo.
Rio que corre e flui sem prédicas ou interrupções
águas que se movem com turbulências aninhadas
num requiem prodigioso,
objecto inqualificável de uma partitura
que bebemos, fumamos e cantamos
pervertidos pelo espanto de um amanhecer
enxertado em terras distantes.
Torcem-se as horas, as palavras,
os lagos de água estagnada
expurgam-se todas imagens, as cidades, as máscaras,
o torpel desinquieto, o trote da caravana desalinhada,
a floresta, os incêndios premeditados,
as línguas bífidas, os portos com marés alteradas,
os cavalos de fogo, os rios subterrâneos,
a trama recortada ao final da tarde
a sombra dos corpos que se extinguem
num bugio desapossado
de alos de luz na carne.
Ateia-se o sangue,
na busca das sendas que fendem,
arrostando a procura no depurar das âmbulas,
dos vasos suspensos,
das caixas, das casas, dos dedos fechados a cadeado,
no dichote, na verruga na boca,
no pujar turgido pela volatilidade do espanto.
Rio que corre transparente em suspensão no tempo.
Contraste, sem ramos entrelaçados,
liberto dessa pudicícia torpe
que desenhava falsos trechos
inventando afinidades tisnadas
num ensaio parcimonioso
nos bastidores de um sórdido teatro inventado
onde a peça se debruçava numa ímpia escuridão
das caixas, das casas, dos dedos fechados a cadeado,
no dichote, na verruga na boca,
no pujar turgido pela volatilidade do espanto.
Rio que corre transparente em suspensão no tempo.
Contraste, sem ramos entrelaçados,
liberto dessa pudicícia torpe
que desenhava falsos trechos
inventando afinidades tisnadas
num ensaio parcimonioso
nos bastidores de um sórdido teatro inventado
onde a peça se debruçava numa ímpia escuridão
cravada de punhais rombos.
Com vestes de melancolia
observamos por entre a combustão do fogo
levantando os braços ao vento
aninhando os nossos haveres no colo, no regaço,
nas cruzes desenhadas no espaço
voltando as costas à passagem de tufões
congeminando com o embaraço do mundo abstrato
pregando os pés ao chão
quando os cataclismos reclamam
a decifração espúria de todos os enredos.
Observo os campos,
Com vestes de melancolia
observamos por entre a combustão do fogo
levantando os braços ao vento
aninhando os nossos haveres no colo, no regaço,
nas cruzes desenhadas no espaço
voltando as costas à passagem de tufões
congeminando com o embaraço do mundo abstrato
pregando os pés ao chão
quando os cataclismos reclamam
a decifração espúria de todos os enredos.
Observo os campos,
a estética, o espectáculo,
o caroço regurgitado no meio do palco,
[reductum absurdum da espécie humana]
perante a iniquidade gritante
de alguns espectros indulgentes.
Desenho uma hipérbole no espaço
Inflamando-a com todos os meus haveres
Procuro uma forma de transpor
essa evanescente forma gráfica
Infiltrando-me para a outra dimensão
onde se fala da hagiografia dos anjos
procrastinando os óbolos
nas frontes dos adoradores de serpentes.
CRV©2013
o caroço regurgitado no meio do palco,
[reductum absurdum da espécie humana]
perante a iniquidade gritante
de alguns espectros indulgentes.
Desenho uma hipérbole no espaço
Inflamando-a com todos os meus haveres
Procuro uma forma de transpor
essa evanescente forma gráfica
Infiltrando-me para a outra dimensão
onde se fala da hagiografia dos anjos
procrastinando os óbolos
nas frontes dos adoradores de serpentes.
CRV©2013
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