Dissertavam sobre escuridão e relâmpagos
Ignoravam o que o trouxe ali
- Olhai para as palavras que lhe saiem das mãos
Ataram o cadáver à pira funerária
observaram as cinzas remoinhadas
erguendo-se em clarão azul celeste
Fizeram um pacto com Hades
resgatavam almas padecidas
adentrando-as num inferno de putrefação
Trouxeram a agonia das trevas por perto
não contaram com o ancil em redor
talhado nos brocardos da verdade
Não cessam de espiar a privacidade
a desonestidade foi sempre a arma embainhada
para se moveram por perto
Atenta ao ardil que pende sobre o cadáver
o enredo grotesco
tem a morte na conclusão
Não olhes para a desonestidade do ganancioso
repara antes
nas suas mãos vazias
Contra os estrondos das trevas
coloca o elmo invisível de Hades
liberta-te dos falsos profetas
A felicidade alheia constrangia-lhe as veias
os sorrisos sibilavam-lhe ódios e invejas
garra mordaça espasmo de sombras vazio
Não dobrarão a verticalidade do Bem
as trevas da sua conduta
reverterão à escuridão das suas entranhas
CRV©2019
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