26 março 2012

Para que jamais seja tarde


Para JG

Apressar o amor,
para que jamais seja tarde.
Correr
e desenhar numa elipse
os pontos perdidos do olhar.
Revolver na mão
os átomos que instrumentalizam a devoção.
Arrebatar a existência que chama por nós.
Soltar-se num desprendimento débil
entre espasmos de luz e clareiras de emoção.
Reunir no local onde o sol cresce nas nossas bocas,
vértice impaciente montado numa tempestade de ilusão,
clamor reluzente onde nos propomos
desenhar diacronias de cor,
promessa silenciosa da nossa eternidade.

Forjamos o fogo que devora as sombras calcinadas.
Sussurros que se equilibram em poses emocionadas
Trilho remoçado pelas palavras do corpo
Sementes que brotam de nós de seda enleados.
Toco-te ao de leve
com as primeiras chuvas da monção.
Paixão tranquila,
saída da terra prometida
Estocada silenciosa onde o tempo pausa a arder
poesia robusta sobre tela colorida.
Rumos traçados,
em fusos horários que oscilam dentro do vento da vida
máquina infernal de triturar cores
desejo impaciente que naufraga
na gravitação dos teus dedos
garra que suspende o tempo exilado
aglutinando os nossos passos
em redor das sementes presas nos teus lábios,
primeira terra forjada
sequeosa
da fúria das primeiras chuvas.

CRV©2012

2 comentários:

HELENA AFONSO disse...

Minha amiga como gostei de aqui voltar e ler a sua poesia......preciso voltar!
Estou a escrever as minhas reportagens sobre a minha viagem ao Camboja no meu blog, vá lá espreitar,
beijinho
HELENA

Paralelo Longe disse...

Helena,

Que bom vê-la por aqui. Obrigada pelas suas palavras. E irei certamente ver as suas bonitas fotografias sobre a viagem ao Oriente.
Um beijo
Cristina